terça-feira, 14 de julho de 2009




Ainda a tour




Fotos recuperadas pela incansável Mitie, que junto com Chico toca a fabulosa Itiban em Curitiba. O acervo da loja é coisa fina e fomos pra lá de bem recebidos. E fingimos que tínhamos coisas importantes pra dizer. E a platéia, mesmerizada, dormia de olhos abertos.




quarta-feira, 8 de julho de 2009

sexta-feira, 3 de julho de 2009


Resenhas

O mundo impresso e o virtual nos trataram bem. Vamos colocando aqui aos poucos alguns textos que nos alegraram em particular, de gente que leu o livro, pensou sobre ele e escreveu coisas consequentes, além do release. Começo aqui com esses três, dos sites Zuper, Obvious e Impulso HQ, respectivamente de Carol Almeida, Priscilla Santos e Camilla Alan. Aliás, se fala muito sobre a predominância masculina entre os leitores de quadrinhos, então é interessante (eu quero dizer, sensacional) que alguns dos melhores textos tenham vindo de mulheres.

Zuper

http://www.zuper.com.br/?p=11
Obvious

http://blog.uncovering.org/archives/2009/06/lobo_e_odyr_copacabana_de_sombras_e_sombras.html
Impulso HQ

http://www.impulsohq.com.br/2009/07/03/copacabana/#more-5843

terça-feira, 30 de junho de 2009

O Mário Bortolotto num precisa de apresentação (atirenodramaturgo.zip.net), mas taí a apresentação magnífica que ele fez pra Copacabana. Valeu Mário!


QUEIMA DE FOGOS NO INFERNO
Tava me lembrando de um verso do Alvin L: “Conheça o inferno sem ter que morrer”. É mais ou menos a impressão que tive ao ler a história do Lobo nos traços flambados de Odyr que passam sempre a impressão de terem sido levemente chamuscados. É como se avisassem o tempo todo que com fogo não se brinca. “Copacabana” é aquele bilhete que você totalmente de ressaca encontra no bolso da calça de manhã. O bilhete da garota que você trombou ontem numa festa. E você sabe que a garota é encrenca, que ela tem um namorado de 2 metros que luta jiu-jitsu e que ela só quer mesmo é provocar às suas custas um sentimento egoísta no troglodita. Mas mesmo assim, você aparece na casa dela com meia dúzia de palavras bonitas e uma garrafa de vinho tinto mais ou menos vagabundo. É impossível resistir aos encantos de certas mulheres. É impossível resistir aos encantos de Copacabana. Lobo e Odyr sabem disso. E então inventaram a irresistível Diana que flana graciosamente por um bairro que é o “inferno sem ter que morrer”. Não há nenhuma possibilidade de se dar bem, mas mesmo assim você insiste em acreditar que é a sua noite de sorte, que a traveca é mesmo uma princesa e que o whisky no puteiro não é falsificado. Ao nosso imaginário malandro que já tem a graciosa Mariana Moraes bancando a Fulaninha pela lente poética de David Neves, Fausto Fawcett e suas loiras míticas piranhudas e deliciosas, ou uma socialite desbocada e tesuda como Narcisa Tamborindeguy, soma-se agora a mulatinha safada e romântica de Lobo Mosh que na ansiedade de pagar uma dívida, cai literalmente de quatro num tsunami de roubadas perdendo totalmente qualquer controle que pudesse ter da situação. Pra acabar de ferrar tudo, a menina ainda lê histórias açucaradas e se envolve com o cara que escreve as histórias. Quase arrancam as pregas do sujeito, mas ainda assim, Lobo acredita que o amor pode vencer em Copacabana. Não tô dizendo que lá tudo é possível? Ou pelo menos você pode acreditar que é.
Então não se preocupe com Copacabana. Convide uma linda garota pra comer um cheese-egg-calabresa sentados na calçada. Talvez ela passe mal no dia seguinte, mas pelo menos ela vai se lembrar de você quando estiver tendo convulsões no vaso sanitário enquanto você está do outro lado do bairro assobiando calmamente uma bossa do Marcos Valle. Desça até o Cervantes e beba um chopp com Fausto Fawcett. Pergunte pelo Tavinho Paes e pelo Neville D´Almeida. Ande bêbado pelo calçadão de Copacabana na contra-mão dos atletas matutinos. Compre um livro do Chacal na “Baratos da Ribeiro”. Se apaixone por uma linda prostituta e a convide pra uma noite inesquecível no Che Lagarto Hostel Budget.
É que só desse bairro maluco, caótico e apaixonante, do meio de uma queima de fogos monumental pode surgir um improvável casal de namorados andando de mãos dadas pelo calçadão, saindo do inferno com o mesmo sentimento de alívio que costumamos sair do carrinho de montanha russa ou do bico sanguinolento de um pterodáctilo. Só mesmo Copacabana onde tudo é possível e onde você sempre vai acreditar que pode se dar bem. Leia essa história do Lobo e do Odyr e se possível vá mesmo até Copacabana conferir toda a bela encrenca. Há muitos velhinhos no bairro. Sente ao lado de um deles e pare de se preocupar tanto. Deixe que ele fale sobre as coisas do lugar. Apenas fique ouvindo o Homem discorrer com sua sabedoria e autoridade indiscutíveis. Em Copacabana, isso já aconteceu comigo. Deve ter acontecido com a dupla Lobo e Odyr. E ainda vai acontecer com você. Não há como escapar.
- Mário Bortolotto

segunda-feira, 29 de junho de 2009





A tour de lançamento – Começando pelo fim


A única parte bem documentada da tourné foi na última parada, em Pelotas, terra de metade da dupla. (Odyr, réu confesso.) Fotos bacanas, (by Emerson Ferreira) e documentando também uma exposição que fizemos ali, com todo o processo, do roteiro às páginas, passando por esboços, estudos de personagem, de capa, os cambau. Não temos fotos de alguns dos momentos mais legais do caminho, mas vamos tentar ainda achar algumas nas máquinas dos amigos. Por enquanto, Lobo e Odyr lançando no Instituto Simões Lopes Neto, em Pelotas, um lugar muito acima da nossa classe. E deve ter sido a primeira exposição lá que incluía um recorte da revista Gata da Hora, do Rio. É ver a foto para crer.<बर>






Abrindo o bar.

Estreando o blog, os autores retornados da tour, contabilizam os danos que a irresponsibilidade fiscal de decidir lançar o livro em quatro capitais fez em suas contas. Boa idéia, má matemática. Mas vimos amigos, fizemos novos, encontramos colegas e também autores que ainda não ousamos pensar como colegas, como o mestre Laerte.
Nove dias, três aviões, uns quantos ônibus e metrôs e táxis e quartos de hotel e casas de amigos. A mala cada vez mais revirada. A ressaca acumulada. A escova de dente ficou na cidade passada e parece que o desodorante também. Mas estranhos nos trouxeram seus livros para que escrevêssemos e desenhássemos neles. Alguns já tinham opiniões e comentavam detalhes da trama. Fomos emboscados pela televisão em São Paulo e em Curitiba. Falar de pé, em frente a uma estante de livros, com aquela luz na sua cara – “E então, de onde vêm a idéia do seu livro”?
Muitas resenhas já pipocaram pela internet e foram gentis conosco. Em outro post colocamos algumas aqui que em particularam nos alegraram, gente que leu, pensou e escreveu coisas interessantes.
Resumindo, foi um bom começo. Estamos na pista, existimos, lançamos nossa Diana na vida e agora vamos trabalhar, começar tudo de novo.
Benvindos, leitores e passantes por Copacabana.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O Álbum



Copacabana é o primeiro álbum de quadrinhos de Lobo e Odyr, roteirista e desenhista. 200 páginas de policial noir contando as desventuras de uma garota de programa e de um golpe que dá errado, com corpos pelo caminho, grana desaparecida e muita gente ruim atrás de Diana, nossa heroína das ruas.
O roteiro nasceu de incontáveis noites insones que Lobo, diretor de arte durante o dia, passou caminhando pelas calçadas de Copacabana, seu bairro há mais de dez anos e conhecendo seu fabuloso cast – travestis, traficantes, gringos, motoristas de táxi, meninos de rua, vendedores de flores e velhinhos. E claro, um exército de garotas de programa de todos as cores e formatos, ganhando a vida no charme e no suor entre a Prado Júnior e a Avenida Atlântica. Todo esse cenário felliniano decadente, mas cheio de vitalidade e calor humano, somado com as histórias e lendas urbanas que circulam ao redor dele, foram parar no roteiro que Lobo foi escrevendo ao longo dos anos, filtrando tudo com o ouvido do escritor ligado na rua. No momento ele edita quadrinhos para várias editoras através da Barba Negra, sua casa de idéias criada com Odyr e trabalha em novos roteiros. E ainda percorre ocasionalmente as noites de Copacabana.
Odyr morava no sul do sul do Brasil entre livros e vinis antigos, mas ao chegar ao Rio em 2005 num trabalho, conheceu Lobo e ao ler o roteiro foi atraído por sua vitalidade e suas possibilidades. Acabou se mudando para Copacabana para absorver o clima e a cara da cidade e viveu lá por dois anos desenhando para o livro, enquanto trabalhava como diretor de arte.
Ao completar o álbum, voltou para o sul do sul de novo e está tentando comprar seus vinis de volta. Enquanto isso mantém a parceria à distância com Lobo na Barba Negra, trabalha como diretor de arte e ilustrador para o mercado editorial e está começando um novo trabalho com a poeta e roteirista Angélica Freitas, um álbum que se passa no México, a ser publicado em 2010. E que ele pretende fazer sem sair de casa. Chega de mudança por enquanto.
Copacabana está sendo publicado pela editora Desiderata, com lançamento previsto para abril de 2009.